Uma parte da história do Japão na guerra, que a maioria das pessoas desconhece, é que o Soroban quase foi banido do Japão após a vitória americana da 2ª Guerra Mundial.

Após a rendição do Japão, foram enviados militares dos EUA para ajudar na reorganização do país e também para outros países envolvidos com a guerra.

Quando chegaram no Japão, descobriram diversos aspectos da cultura japonesa, inclusive o Soroban.

Porém, eles não enxergaram o valor do Soroban de pronto.

Simplesmente, tentaram eliminar esta importante peça da Cultura Japonesa, tentando substituí-lo por calculadoras mecânicas ou eletrônicas.

A lógica por trás disso é simples: além do interesse em vender calculadoras por parte dos americanos, pois estávamos na fase da produção em massa, o motivo principal é que quando um povo assimila uma cultura de um outro povo, é dominado por este povo.

Esta, sempre foi uma estratégia de dominação utilizada pelos conquistadores, desde os tempos antigos.

Impunham a sua cultura.

Porém, somente em um caso conhecido na história, a antiga Roma assimilou uma cultura, ao invés de impor a sua, em um claro lampejo de inteligência: quando Roma conquistou a Grécia, assimilou a sua cultura.

Assim, em um momento de lucidez de Roma, apesar de ter vencido a Grécia, admitiu a superioridade da Cultura Grega e por isso a assimilou.

E, nesse momento pós Segunda Guerra Mundial, a história se repete! Agora, os protagonistas são os Estados Unidos e o Japão.

Então, vamos entender uma parte desta saga!

Assim, voltemos ao Soroban.

O Japão, desde o início do século XX, já incentivava o uso do Soroban para o desenvolvimento mental.

Dessa forma, já organizava campeonatos para mostrar o quão rápidos se tornam os praticantes de Soroban.

Mas, existiu um campeonato que foi decisivo para a sobrevivência do Soroban no Japão, que ocorreu em 11 de novembro de 1946.

Foi um confronto que ocorreu entre o Tenente norte americano Willian Wood que operou uma calculadora eletrônica, contra o japonês Kiyoshi Matsuzaki operando o Soroban.

Por acaso, meu xará, a propósito, pois meu nome é Ricardo Kiochi … , só que com a grafia “aportuguesada”, graças ao atendente do cartório, rs…

Vencedor na História do Soroban na Guerra

Naturalmente, Kiyoshi Matsuzaki conseguiu vencer a disputa, com uma folga impressionante de tempo!

Só para você ter uma noção de como o Soroban é muito mais eficiente do que a calculadora.

Assim, imagine a seguinte cena: Um americano operando uma calculadora mecânica (ainda não existiam as calculadoras eletrônicas) digitando 1.000.000.

Claro, o americano vai ter que apertar tecla por tecla da calculadora!  São Sete Teclas!

Enquanto isso, Matsuzaki precisa movimentar apenas uma conta na posição do milhão!

Apenas 1 movimento de Matsuzaki contra 7 movimentos do tenente americano!

Foi Um Verdadeiro Massacre Aritmético!

E, graças a este verdadeiro Samurai Moderno, que venceu a disputa, o Soroban continua sendo ensinado nas escolas japonesas!

Também continua a contribuir de forma decisiva no desenvolvimento intelectual dos japoneses, já que é uma excelente academia para o cérebro, mantendo o Japão da vanguarda da Tecnologia de Ponta.

Kiyoshi Matsuzaki provou a superioridade do Soroban perante a calculadora.

E, além do Japão, os Estados Unidos também adotaram o aprendizado deste instrumento!

Você encontrará diversas escolas de Soroban em todos os estados americanos!

Assim como os antigos Romanos assimilaram a Cultura Grega, os americanos assimilaram parte da Cultura Japonesa, reconhecendo a sua Superioridade em Muitos Aspectos!

Se você quiser saber mais sobre a história do soroban na guerra, clique aqui!

Espero que tenha gostado!

Um grande abraço!

2 thoughts on “História do Soroban na Guerra Mundial que Mudou o Japão

  1. Muito interessante essa história. Obrigado por compartilhar.
    Acredito que, como esta, devem haver milhares de outras boas histórias de tecnologias e diversos conhecimentos milenares que tanto foram absorvidos, como foram desprezados por culturas rivais.
    Eu adoro a cultura oriental, me fascina a sutileza de certas artes que nós aqui no Brasil estamos anos luz atrás.
    Recentemente assisti alguns vídeos do Ruyju, um garoto de 10 anos considerado um gênio da matemática, mas eu sei que boa parte de sua habilidade deve-se ao fato dele ser fluente no soroban.
    Minha dúvida é se alguém como eu, bem mais velho, ainda pode ter essa habilidade de fazer cálculos mentais somente imaginando estar sando o soroban.
    A propósito, estou gostando muito dos seus vídeos. Obrigado e tudo de bom.

    1. Olá, Wagner! Muito obrigado! Fico muito feliz que esteja gostando! Também sou fascinado pela cultura oriental, mas também pela inteligência do Ocidente! Eu acredito que as 2 culturas, oriental e ocidental se completam! Respondendo à sua pergunta, sim, é possível aprender soroban mesmo sendo mais velho (eu estou com 46 e aprendi recentemente a usar este instrumento). Diversos estudos apontam que, na verdade, quanto maior a idade de uma pessoa, maior a sua capacidade de aprender e memorizar. Por quê? Porquê quem é mais velho possui mais elementos em sua mente que geraram sinapses, ou seja, alguém mais velho possui mais sinapses do que pessoas mais novas. Isso facilita a criação de mais sinapses ainda, e com mais facilidade. Então, por quê existem pessoas mais velhas que reclamam da memória, ou coisa parecida? Por uma simples questão de crença! Crença no sentido de acreditar em uma ideia, quer seja ela falsa ou não. Ou seja, essas pessoas acreditam que a memória e o raciocínio ficam mais fracos e isso acaba acontecendo. Mas, somente porque elas acreditaram nisso. Mas, nós devemos decidir em acreditar na crença de que a nossa memória e raciocínio melhora com o passar do tempo, que é o que realmente acontece. Então, com treinamento e dedicação diária, sim, é possível aprender a usar o soroban e, sim, é possível atingir o nível de conseguir fazer cálculos mentais. Agradeço novamente. Um grande abraço e fique com Deus.

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